Toca o telefone, atendo. A voz metálica diz que é uma mensagem automática para a Priscila T.
A voz continua: se eu fosse a própria Priscila, deveria teclar 1. Se eu pudesse deixar um recado para a Priscila, 2. Se eu desconhecesse a Priscila, bastava apertar 3.
Varro, em fração de segundo, minha agenda mental à procura de alguma Priscila T. O resultado é “Not found”, então escolho a opção 3 e a ligação se encerra.
É a única coisa correta, possível e digna a fazer. Mas arrependo-me na hora (tem dias que não sou correta, nem digna; apenas possível). Quem é Priscila (além de rainha do deserto)? Que será que queriam com a Priscila? De onde ligaram? A Priscila – ideia fácil – deve estar devendo na praça. Mas e se ela acabara de ganhar um prêmio, fora sorteada com barras de ouro, estava rica? Mesmo assim, eu nada teria a ver com a vida dela. Mas tente explicar ao gato que ele não deve ser curioso.
A opção 1 seria falsidade ideológica descarada. Eu, ruborizada, confirmaria todos os dados, a fim de saber o que a Priscila andou aprontando. Uma vez saciada, a ligação cairia misteriosamente. E eu teria material de sobra para uma boa crônica.
A opção 2, menos grave, daria a chance de, ao menos, eu saber quem estava falando e deduzir, com alguma precisão, o caso. Se fosse pilhada em flagrante no meio da ligação, era só desligar. E nunca mais atender aquele número, devidamente registrado no aparelho.
Nada disso ficarei sabendo, e é tudo culpa da opção 3. Bem que ensaiei a 1, quase fui de 2. Mas o grilo da consciência, tal como no desenho de Disney, apareceu e me convenceu a não bisbilhotar a vida alheia. Agora eu teria que adivinhar a história a partir de zero pista.
Ah, Priscila.
Eu estou curiosa para saber da historia da Priscila T., poxa… Tomara que liguem de novo, so para vc apertar a opcao 1… kkkkk
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Pois então…Eu tb iria de 3. rs Pode ser uma Priscilla. Ou Pryscilla. E agora, quem sabe o que ela andou fazendo?
Beijo, Silmara.
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