Quero sair de casa todos os dias pela manhã e pendurar na maçaneta, do lado de fora, uma plaquinha escrito “Favor arrumar”, dessas de hotel.
Assim, quando eu retornar, por obra da mesma espécie das fadas-camareiras dos hotéis, as camas estarão impecavelmente feitas, as roupas dobradas e alinhadas sobre o pufe, o chão varrido e os banheiros tão limpos como se nunca houvesse passado gente por ali. Da mesma forma, todas as ideias, projetos e vontades que ficaram largadas pelo meio irão para seus devidos lugares.
Eu virarei, então, a plaquinha para “Não perturbe”. E não só ninguém baterá à porta, como nada de ruim, triste ou chato entrará.
No dia seguinte e a vida inteira, a mesma coisa.
O problema – ou solução – é que, na vida, não sou hóspede. Sou dona.
Acho que é a solução. Depois, quem disse que as fadas madrinhas obedecem ao não perturbem, hum?
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Ah, Silmara, genial! E porque será que sua crônica me cai como uma luva hoje? Ahhhh, depois te conto, querida! beijo.
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Mais um texto em q posso ver-me!!! Adorei…
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