A maldição da barrinha de cereais

Sou capaz de aceitar, quase de bom grado, sugestões para melhorar minha alimentação. Peçam-me tudo: para abolir os lanchinhos noturnos, fingir que não sei o que é Bis, ignorar o segundo pãozinho, ficar satisfeita com cem gramas de nhoque ao sugo. Rosnarei de leve, farei cara feia, mas prometerei condicionar o pensamento (e a boca) em prol da saúde e da alegria diante da velha calça jeans. Proibido, porém: aventar a maldita barrinha de cereais.

Aquela, feita de nada e com gosto de coisa alguma. A pior sacanagem gastronômica já inventada em laboratório. O engodo alimentar do século XX. Mistura de borracha TK-Plast com bala puxa-puxa e lista de ingredientes que vovó jamais reconheceria. Mas com apenas 100 calorias.

Com a nutricionista, elas são o ponto da discórdia, o momento crucial e inegociável da consulta. “Dá pra trocar?”. Santa inocência, Batman! A barrinha É a substituta sintética da proteína, do carboidrato e dos minerais que não posso carregar na bolsa em suas formas originais, para aquelas horas em que bate a fominha.

É uma maldição contemporânea: elas estão em todas as gôndolas, dos supermercados às farmácias. Uma verdadeira invasão de tropas inimigas, falsamente saudáveis, a atingir meu paladar. Que venham, pois! Venço-as com meu exército de pipoquinha de canjica.

Há algum tempo, uma companhia aérea as distribuía (ainda distribui?) aos passageiros durante o voo. Faziam isso porque tinham certeza que ninguém iria pedir para descer.

Pego carona na onda reivindicatória, na fome de quereres, para propor um manifesto: pelo fim das barrinhas, pelo direito à alimentação plena e prazerosa, por um código de ética das barras, pela volta da lancheira!

Cereais, sim; barrinhas, não.

6 comentários em “A maldição da barrinha de cereais

  1. Mas existem barrinhas gostosas! Mas são poucas… A de banana da Nestlé é boa, não é seca. E tem umas barrinhas de fruta da Nutry que dá vontade de comer de sobremesa: banana com chocolate e a de castanha do pará com cupuaçu, também com chocolate! Nham!
    Mas sabe, né? Gosto é gosto…

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  2. Sil….faço nutrição funcional há dois anos. Apesar de não reduzir meu peso (pq como muito), aumentei a qualidade de saúde da família inteira. Minha nutri é terminantemente contra as barrinhas. Ela propõe porções de mix de castanhas, ou um punhado que caiba em suas mãos. São aliados excelentes, ocupam pouco espaço na bolsa e alimentam com saúde. E também uso sempre no “porta-comidas” do carro, aquelas frutas desidratadas, sem açucar, que vendem em pacotinhos nos mercados ou em potinhos nos varejões. Meus Pandinhas gostam de maçãs e bananas. Como diz minha médica ortomolecular: por uma vida mais longa!!!! Beijos

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  3. Eu sempre tenho barrinhas na minha mesa para quando bate a fome. Mas quando a fome chega eu olho para a cara da barrinha e me dá nojo e dai elas ficam guardadas até vencerem! E quando resolvo comer… como chorando!!!!

    Beijos

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  4. Silmara, o pior é isso, ser vendida como saudável, não o sendo…Tenho pânico! Sou “macaca velha”, não acredito em tudo (ou acredito em quase nada) que a indústria lança como saudável, pois que saudável é o que encontramos na natureza, ou quando muito, in natura, mesmo que nos supermercados.
    Beijo.

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  5. O ser humano é capaz de adaptar-se a tudo. Desde o calor intenso da África ( ou de Araçatuba) até à gélida Islândia, mas barrinhas de cereais… Bem, consegui comer uma época, repetindo o mantra “ommmmm é bom para a saúde”. Mas já passou. Kkkkkk

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