Crônica de minuto para quem tem medo de dentista

Nina apanhou lápis, borracha, e pediu que eu sentasse na poltrona. Sentei. Mandou-me abrir a boca. Abri. Acendeu a luminária, ajustou-a sobre meu rosto e avisou: “Eu sou a dentista”. Com o lápis, examinou meus dentes: “Você está escovando direitinho!”. Ufa. Notou, porém, algo no primeiro molar. Passou a borracha. “Saiu”.

Já pensou? Dente torto redesenhado. Cárie apagada num piscar de olhos. E giz de cera branco na mácula deixada pelo cafezinho. Consultórios dentários funcionariam ao lado das papelarias. Seria a extinção dos motores, agulhas e cheiros esquisitos.

Ao final da breve consulta, ela me ofereceu um espelho. Não é que meu sorriso estava mesmo diferente?

12 comentários em “Crônica de minuto para quem tem medo de dentista

  1. Que bom que a gente ainda pode acompanhar a imaginação dos nossos filhos… Taí um privilégio que eu não abro mão nem pelo maior salário do mundo… São aqueles momentos kocad, que fazem a vida valer a pena sempre.
    Quem diz que precisa de mais, precisa mesmo é de psiquiatra.

    beijo grande

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  2. A imaginação de uma criança ao brincar de “adulto” só pode nos deixar com um sorriso melhor, mais branco, mais feliz… feliz de quem pode brincar com seus filhos e curtir a imensa imaginação que eles tem… Sil… bjs iluminados em seu coração e nessa sua familia linda!

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  3. Será que Deus lê este blog?? Ele devia anotar essa idéia, é genial! Assim, as pessoas seriam mais sorridentes, não só porque teriam dentes bonitos, mas porque não precisariam mais encarar a broquinha… 😉

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  4. na última crônica de Nunca subestime uma mulherzinha, a Takai fala sobre Nina, sua filha. que ainda é inocente e carrega um livro que fala que é normal ser diferente. e isso não tem muito a ver, exceto pela inocência que parece ser inerente ao nome Nina.

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