Aonde vão parar as cartas de amor que não chegam aos destinos? Os bilhetes e emails românticos, nunca lidos, perdidos e esquecidos pelos caminhos, ares e fios?
A missão de toda carta de amor, em papel ou pixel, é chegar até alguém. Se a carta, depois de escrita, não chega a ninguém, suas palavras se desfazem, e as letras retornam aos seus lugares no alfabeto. Palavras são reuniões de letras que se gostam. E, assim como as vírgulas e os pontos, todos voltam para suas casas. Ficam esperando nova oportunidade de dar um passeio. (Amor, às vezes, tem mais pontos de interrogação que de exclamação.)
O que é feito do amor da carta que não chega ao seu destino? Quem sabe ele se dissolva em átomos e fique espalhado sobre o planeta, para quem quiser colher: é de graça, mesmo. Ou então, quem sabe o amor vire a dúvida do sim, do não, e daquele bobo do talvez.
E o que é feito da dúvida do amor da carta que não chega ao seu destino? Sabe-se lá. Mas uma coisa é certa: dá uma tristeza danada não saber o que aconteceu com o amor postado em vão.
E o que é feito da tristeza da dúvida do amor da carta que não chega ao seu destino? Vira solidão. Principalmente de manhã, ao acordar, quando não tem ninguém ao lado para dar bom dia ou perguntar se está sol, exceto o criado. Que é mudo. Não vai responder.
E o que é feito da solidão da tristeza da dúvida do amor da carta que não chega ao seu destino? Vira vazio. Aquele, que se instala no sofá nas noites de sábado e fica cantando músicas grudentas só para chatear. Mas repare bem no cantinho do olhar dele: aquilo ali é esperança. E das boas.
E o que é feito da esperança da solidão da tristeza da dúvida do amor da carta que não chega ao seu destino? Essa vira sonho, e é dele que nasce todo o resto que vem antes e depois de uma simples carta.
Então, na próxima vez que você escrever uma carta de amor, esteja ciente: mesmo que não seja entregue, de fato, ela é capaz de criar quase tudo que há no universo. Sendo assim, melhor caprichar.
E não é que lembrei dos Fututos Amantes do Chico?
“O amor não tem pressa, ele pode esperar em silêncio, num fundo de armário, na posta-restante, milênios, milênios no ar/ […] Sábios em vão tentarão decifrar o eco de antigas palavras, fragmentos de cartas, poemas, mentiras, retratos…”
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Lembrei daquele filme “Um Beijo Roubado”, com Norah Jones e Jude Law. Depois do “tal” beijo, a moça some no mundo, deixando o moço apaixonado e sem notícias: apenas postais, que ela manda de vez em quando, sem nenhum endereço de remetente. Ai, dá vontade de ir lá, consolá-lo… rsrsr
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Sempre achei cartas um charme que só!
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Silmara… estou virando assídua aqui.
Mais uma vez, tu me inspiraste: vou agora mesmo escrever ao meu amor, enviar clicando no botãozinho do email.
Eu, aqui do outro lado do oceano, e ele, feriado em Sampa, aproveitando a praia de Santos. Mais uma semana e pouco, e já volto.
Saudade dele, do guaraná e do brigadeiro.
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Delícia e mais delícia esse texto. A-do-rei! 🙂
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Silmara, desculpe a liberdade…Copiei colei no meu blog com os devidos créditos! Visite-me! 🙂
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Sil, chorei! Dá uma olhada no meu Tumblr de hoje. “Coincidências” de amor. (www.clavedesi.tumblr.com)
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oi Sil!
A gente que gosta de escrever sempre terá essas preciosidades entregues ou não, elas fazem parte de algo bom que estava presente naquele momento, é engraçado ler depois e ver a profundidade dos sentimentos que foram transmitidos pelas palavras são tão profundas, são feitas do puro carinho, esperança e amor essas coisas tão essenciais e maravilhosas. Seus textos são puras cartas de amor, porque seguem o mesmo procedente o do coração…
beijos suaves…
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Oii Sil, passo aqui sempre que tem post novo, mas hoje criei vergonha na cara e tirei um tempinho pra comentar. hehehe
Amei o post, assim como amo tudo o que você escreve, porque a mim parece que posso ver que escreves com o coração.
Bom saber que minhas tantas cartas de amor que não foram entregues, serviram de alguma forma para fazer o universo um pouquinho mais bonito.
E aquelas entregue, para fazer algum coração um pouco mais feliz!
Beijãão e uma ótima semana!
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Puxa vida. Eu passei a minha vida inteira escrevendo cartas de amor…Todas chegaram ao destino (destinos, hahahaha), quem não amou várias vezes não sabe de nada! Para o meu marido, então, montes.Aliás, vou já escrever mais uma, pois faz tempo que não faço isso!!
As palavras têm sim, o poder de criar, de envolver sentimentos, de valorizar um coração! Pena que as pessoas tenham vergonha, ou não tenham tempo, ou ainda não saibam o quanto é bom ganhar uma palavra, daquelas que vêm bem recheadas de amor.
Quem não consegue deveria começar com bilhetes. Bilhetes de amor por todos os lados, com coisas simples como “eu te amo”, e mais nada.
Não seria lindo o mundo todo se encher de post-its com “eu te amo” escrito??? Vamos começar uma campanha mundial já, escolher o dia para ser o Dia do Post-It Eu te Amo!! Com direito a blogagem coletiva e tudo.
Beijos e uma semana iluminada!!
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Saudades das cartas, de amor, de amizade de novidades. Cartas escritas a mão são tão raras hoje em dia. Que é uma pena… Até, eu, gostando delas como gostava não guardei bem as minhas… se perderam. Hoje é tudo mais rápido e as vezes ainda perco e-mail, blogs, posts…. palavras.
Quantas já passaram pela cabeça e descançaram serenamente sobre o papel, ou elétricas sobre a tela do computador…
Um beijinho (em palavras)
Josi
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Bom dia lindeza, estou eu aqui lendo suas lindas palavras e lembrando as minhas cartas de amor, ja escrevi tantas e tantas, mais da metade não chegou aonde eu gostaria, mas encheram meu coração de alegria sempre.
Um dia lindo pra vc
Beijos mil
a mudei de e-mail
nohgomes@gmail.com
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