Foto: Tom Magliery/Flickr.com
Trabalhar em jornal garante boas histórias. Esta que vou contar é muito, muito antiga. Era meu segundo emprego, e eu a ouvi de um colega, que também a ouviu de alguém. Certamente, ela é contada até hoje. Força da tradição oral num lugar que nasceu por conta da escrita.
O local: Folha de S.Paulo. O cenário: um elevador. O protagonista: Octavio Frias de Oliveira, dono de tudo aquilo. Os coadjuvantes: um homem que não é qualquer um, para registrar e perpetuar a cena, e um homem qualquer, para dar graça na história.
Era mais um dia de trabalho, e lá pelas tantas nosso protagonista tomou o elevador no nono andar com o homem que não é qualquer um. Foi quando pararam no terceiro andar e o homem qualquer entrou. Vendo o seu Frias com seu jaquetão próximo à porta, e sem saber de quem se tratava, não teve dúvida e tascou: “Térreo, por favor”.
O homem que não é qualquer um contou que o seu Frias não se abalou. Disse “Pois não” e gentilmente apertou o botão do térreo. E continuou seu trabalho – coisa que fez até os noventa e três anos, pouco tempo antes de pegar outro elevador, desta vez para aquele outro andar lá de cima.
Certas histórias levam apenas alguns minutos para acontecer. Alguns segundos para serem contadas. E contam com a eternidade para serem lembradas.
Todo mundo corre o risco de viver algo assim, mais dia, menos dia. Se, nesse caso, você for o homem qualquer da história, não é preciso ter vergonha. Nem durante, nem depois. Se você assistir a uma cena dessas, espalhe. Agora, se você for o protagonista, relaxe. Aperte o térreo.
Historinha breve para uma quarta-feira de inverno que, tudo indica, deve chover.
Silmara, que figura o “caixa-alta”, né? Isso nem é humildade, isso é sabedoria. Adoro gente assim, que não “se acha” apenas pq tem dinheiro. Acredito piamente no acontecido, já aconteceu comigo, apertei o botão numa boa, a pessoa nem se deu conta e, aliás, foi mais de uma! Qdo uma pediu, logo outra pediu tb e lá fui eu apertando e as outras pessoas que deviam saber que no prédio não tinha ascensorista, só ficaram olhando…rsrsO caso é simples mas do jeito que vc escreve ele toma uma proporção deliciosa!
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Como espero nunca chegar a ler seu blog inteirinho… aceito as crônicas antigas no lugar da “do dia”! (Explico: espero nunca chegar a ler todo porque tenho o mau(?) costume de sempre guardar um pedaço do doce para depois… hahaha)
Beijo, e vamos ao térreo.
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Que apertemos o térreo, Silmara.
E que a gentileza perpetue mesmo dentre os grandes donos e os pequenos coadjuvantes – que nesses momentos, também se tornam grandes e roubam descaradamente a cena. Haha!
abraço apertado.
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Do tipo “Gentileza gera gentileza”.
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Silmara,
Uma boa história…Um pequena lenda de jornal…beijos.
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Oi Silmara!
Nada mais justo do que dar os créditos ao autor. O prazer é meu em te ler e indicar.
Beijos.
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Incrível como pequenas lições como essa pode nos enriquecer tanto!
Amei o blog, iniciarei leituras diárias a partir de hoje.
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Cumadra.
Sacudidelas matinais funcionam com espanadores daqueles dos bons de pena de vestruz ostraliano.
No mínimo, se forem bem desempoerados de nascência, cadum dos seus parceiros de viagem ficarão mais leves e permeáveis às cócegas que o cotidiano lhes (nos) faz.
Fico feliz com a fila de “belos tipos faceiros” e dispostos que aumenta a cada dia!
Bejuca.
Cumadro
(ou Cumpadro? Nem si alembro mais…rs)
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Bacana demais!!! Seu Mário cheio de histórias!
bjos.
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Olha, eu acho a humildade a maior de todas as qualidades num ser humano. Inclusive esse (orgulho e humildade) foi o tema da terapia de grupo que eu faço às terças. Aprendi muito, e com estórias como essas, só faz com que eu sinta mais vontade de ser uma pessoa melhor. E vc? O que aprendeu nesse “causo”? rsrs
Muitos beijos, lindoca 😀
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Minha alegria é entrar no meu blog e vê titulo novo no seu, o coração esquenta, e a cada linha e entrelinha um mundo novo.
Terreoooo por favor…
Beijossssssssss milllllllllllllll
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Olá Silmara!
Caí de para-quedas no seu blog e gostei muito…
Acompanhando a partir de agora. Quanto ao texto? Simples, gostoso de ler e, principalmente para quem assistiu, inesquecível, com certeza!
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Silmara, seu blog virou leitura diária, de manhã, antes de checar os e-mails.
É impressionante a estória, não? Adoro quando vejo gente “que não é qualquer um” se recusa ao tal do “sabe com quem você está falando?” E, no fim, o que custa apertar um botão??? Lição de civilidade, humildade e respeito.
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Talvez este tenha sido esse uns dos motivos dele ter sido o que foi não é minha querida? Não se abalar e ser humano sempre.
Uma boa quarta-feira pra você. Estive fora por uns tempos mais agora estou de volta. Senti saudade!
Beijos na alma!
Layla Barlavento
http://culpadowalter.blogspot.com
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Historinha breve, graciosa e enriquecedora… só pra variar!
Beijos!
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Oi Silmara
Um bom dia pra você, e para nós que aqui lemos sempre uma bela história pra pensar o dia todo. E pra lembrar que a vida é curta, cheia de surpresas até o dia em que pegamos o elevador para o andar de cima. Então, nada melhor que vivermos felizes e tentando de alguma forma fazer alguém feliz.
um beijinho
Josi
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Oi, Silmara! Venho sempre aqui mas hoje resolvi comentar, por que seu caderno é simplesmente inspirador.
Adoro mesmo. É tão bom a gente poder falar e ler a respeito de coisas ao mesmo tempo tão pequenas do nosso cotidiano e tão importantes!
Como faz falta ao nosso mundo um pouco mais de sensibilidade, não acha?
Uma semana iluminada!
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