Elogio à diferença

Foto: Michael Flick/Flickr.com

Talvez tudo tenha começado no pré-primário. Eu não queria participar da peça de teatro que a turma encenaria, mas a professora de bochechas rosadas e ar maternal insistiu no convite. Não adiantou dizer que eu não tinha talento para ser planta. Minha fala começava assim: “Eu era uma sementinha…”. A única frase que guardei no labirinto da memória. O resto, por conta da péssima experiência com apenas seis anos, eu apaguei permanentemente. E daí em diante eu teria declinado toda espécie de convite semelhante.

Depois vieram as sardas. E os óculos. Para as sardas, cremes mágicos. Para os óculos, propositais esquecimentos na sala de aula. Mas logo surgiam mais sardas. E óculos novos.

Alguns anos mais tarde, foi a vez do espelho me mostrar diferente das amigas. Não sei se construí a lembrança a partir de fragmentos, já que minha memória torta costuma me pregar peças, mas arrisco: foi numa noite de Natal que ganhei o primeiro sutiã. Verde-água. Após a ceia a família toda foi dormir. Exceto eu, extasiada com o presente emblemático. E inútil.

Adolescentes pertencem àquela idade esquisita onde a criança esbarra no jovem sem, contudo, ser uma coisa nem outra. Quase tudo é motivo para um complexo. No meu caso, as pernas. Eram tão fininhas, tão branquinhas. Como o resto de mim. Enquanto todos na escola faziam as aulas de educação física sem grandes problemas, além de uma eventual inabilidade com a bola ou certa falta de coordenação motora, eu fugia delas. Não por conta da professora que usava peruca e ensinava os esportes através de um livro velho, onde os alunos liam em voz alta, em vez de praticar, as regras do vôlei ou do basquete. Era a minissaia branca e plissada, com um inexplicável shortinho vermelho, a razão da minha fuga. Foi a época em que mais estive doente, acometida de todo tipo de mal súbito. Tudo devidamente informado na caderneta escolar. Com a minha letra, claro.

O modelo da minha família também não me ajudava a ser parecida com as demais garotas. Todas tinham suas mães disponíveis em tempo integral em casa, preparando lanchinhos no meio da tarde ou tricotando casacos coloridos para o inverno. Eu tinha que me contentar com a doçura do meu avô, sempre superada pelo mau-humor e rabugice da minha avó, responsáveis por mim e meus irmãos enquanto meus pais trabalhavam. Justamente numa época onde tudo o que eu desejava era ser igual. Fazer parte do bando.

Nunca me achei bonita. Nunca fui popular. Nem aluna brilhante. Fazia parte da turma dos invisíveis. Talvez por isso tenha me acostumado a enxergar a vida do canto. Comecei a escrever. Para traduzir a minha perspectiva.

Tempos depois, o curso superior. Nunca vi ponto de ônibus tão vazio quanto aquele em frente à minha faculdade. Sempre esperei, com apenas um ou dois amigos, o meu passar. Não compreendia aquelas garotas lindas e ricas. E não era visível para os rapazes, igualmente lindos e ricos. Tive um único namoro ali. Que começou poucos meses antes da formatura. No ônibus, por sinal.

Talvez tudo tenha, de fato, começado lá atrás. Na escola, eterno palco onde as diferenças são todas representadas. Hoje estou perto de compreender a utilidade da diferença. Eu não sabia, mas o valor de ser diferente ficaria tatuado em minha alma para sempre, tal qual as tatuagens reais que hoje me estampam. E já não há dúvida: eu era mesmo apenas uma sementinha.

35 comentários em “Elogio à diferença

  1. E que bela plantinha saiu dessa sementinha! Tão doce e leve ao falar, tão rica ao sentir. O garotinho aqui que também não era bonito nem popular quer ser assim quando crescer!

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  2. Tão sincero!
    Tão Lindo!
    Meu pai era muito amoroso, minha mãe muito ocupada, ambos eram muito presentes. Uma coisa hoje eu questiono, sempre fui muito treinada a ser humilde, muito humilde, nunca se achar melhor que os outros, não brilhar, se esconder…Tudo isso me prejudicou.
    Não os culpo por isso, sempre há tempo de aceitar e mudar. Eles devem ter recebido as mesmas instruções e as seguiu… beijos

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  3. Ei, Silmara! Eu again! Tenho uma sobrinha chamada Thaís, 8 anos. Ela é um poço de auto-estima (autoestima agora é assim ou do jeito que digitei ou nenhuma das alternativas?). Voltando…se ela passa com mais uma amiga e eu digo para a amiga: “linda”! Advinha quem vira pra trás? (mas também eu poderia dizer: lindas! Né?!) Quando ela se veste pra sair, não espera nem pede comentários e vai logo ela mesma dizendo: “não fiquei linda?”. No msn dela está escrito assim: Yo soy muy chic! E quando a gente diz que ela está um pouco gordinha…hum…ela diz: “Eu? Gorda? Sou linda, bem!”. Bom, isso que contei é o básico. Às vezes fico pensando a quem ela puxou e, mesmo não querendo adimitir, meu pensamento me leva a mim mesma. Nunca me achei nem bonita nem sequer feia. Achava minha beleza implicíta (gostou dessa?). 🙂 Mas sempre me achei o máximo. E isso fez toda a diferença na minha adolescência, especialmente, porque minhas amigas eram explicitamente lindas. Voltando à Thaís, acho que vai chegar o tempo de dizer para ela: menos meu bem, só um tiquinho menos. Mas, também, será que vale a pena? Só pra finalizar: eu te acho linda.

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  4. Sil,

    Amei o texto! É engraçado que qdo somos jovens queremos ser iguais, qdo grandes queremos ser diferentes! Complicado, né, musifiá kkkk kkk

    Inspirada por seus textos comecei a escrever também, mas estou a anos luz de vc.

    beijos do planalto central

    Pati

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  5. Querida Silmara, parabéns pelo blog, tão novo e já tão comentado (e por responder a todos os comentários, o que não é nada fácil). Obrigada pelo seu interesse em participar do meu concurso de blogueiras. Infelizmente, não posso te colocar lá agora, no meio do concurso. Mas não se preocupe que em agosto tem outro concurso, e aí vc pode se inscrever com um post. Estou fazendo o concurso mais ou menos por temas. O primeiro, em junho, foi com temática livre, porque era o primeiro. O segundo, agora, teve como tema (e as votações estão abertas) o feminismo. Ainda não sei qual será o tema do próximo concurso. Eu estava pensando em “maternidade”, pra atrair algumas blogueiras que são mães e ainda não participaram. Mas, por favor, fique à vontade para sugerir novos temas. Preciso mesmo de ideias! Abração!

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    1. Ôpa, gostei da idéia de concurso de blogs, agora que tenho um gostaria de participar, tudo bem que o meu blog é nível (baixo nível técnico) mas quero participar, como diria minha mãe qdo eu chegava em último nas competições de natação. Não importa ganhar, o importante é participar, ela não gosta muito dessa coisa de competição, sabia mamy!

      beijo,

      Por favor me dá o endereço do blog dessa moça

      Pati Sato

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  6. Silmara, doce Silmara…
    Apenas uma pessoa muito doce conseguiria fazer o que você, verdadeiramente, faz conosco: nos toca. E que tocar delicioso, que palavras delicadas, que letras graciosas, que dançam sobre o palco da vida. Porque a escrita par você, Silmara, é vida. E as duas se misturam. Completamente. Não sou escritora, não tenho a pretensão de ser. Apenas uma leitora voraz. E que foi, mais uma vez, tocada hoje.
    Um beijo no coração. E você está certa: é diferente mesmo, pode ter certeza disso. Parabéns, linda.
    E obrigada por visitar o meu blog, fiquei lisonjeada.
    Deus a abençoe.

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  7. Encantada mais uma vez com o texto venho parabenizar e fazer uma observação… Não consigo ser seguidora do seu blog! E isso me deixa muito triste. Como fzermos Si?

    Beijos, carinhosos.

    obs: Vi que você mora em Campinas. Ahhh, nessa cidade vivi os melhores e os piores momentos da minha vida. Lembranças tão recentes.

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  8. Oi Silmara! Conheci seu blog recentemente pelo Twitter. Alguém disse “texto perfeito” junto a um link. Não costumo clicar nesses casos, mas pela primeira vez 14 caracteres foram suficientes para me fazer chegar aqui. Bom, estou mesmo entrando em contato mais pela dificuldade que tenho em achar bons blogs que tenham um propósito mais literário como este. Me deixaria muito feliz se desse um pulo em minhas marginálias… Não me identifico, pois assim fica mais fácil escrever por lá. Conto com sua visita, com sua crítica e com suas indicações para achar novos bons blogs dessa linha. Conto com muita coisa né?

    Abraço!

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  9. Passei minha infância e adolescência desejando muito ser linda igual as minhas colegas que eram super populares, enquanto eu, era só a amiga legal que servia de consolo quando alguém precisava desabafar sobre o gatinho que não deu bola ou sobre a paixão alucinada desse gatinho (por quem eu nutria um amor inexplicável, e sonhava todas as noites com o nosso casamento) pela minha melhor amiga. Eu era a sementinha…
    Hoje me sinto bonita e percebo que essa beleza exterior, que sempre existiu, não vale nada. Porque o que conta na verdade é em que tipo de árvore você deseja se transformar…

    Beijos estalado na alma!
    Layla Barlavento
    http://culpadowalter.blogspot.com

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  10. Lindo! Não pude deixar de me identificar – até a parte da adolescência, claro, porque ainda estou nela. 🙂 Adorei, de verdade, seus textos.

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  11. Acho que nunca é demais dizer o quanto seus textos são incríveis, né?

    Eu tenho essa mesma “tatuagem” na alma, sabe… E desde pequena a carrego.
    Mas antes de descobrir que a diferença é boa, a carregava como se fosse uma cruz. Agora não, carrego como um enfeite, uma coisa só minha e de mais ninguém…

    Ah! Eu fiz uma notinha no meu blog, falando sobre o seu e indicando a leitura. Espero que não se importe.

    Tenha um ótimo fim de semana!
    Beijo pra você!

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  12. Sil… lindo !!! Os seus textos são autobiográficos mesmo??? Pois vc consegue transformar a idéia do cotidiano simples em um vida de glamour… adorei esse tb e vou ler o que me indicou pelo mail… obrigada

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  13. É, Silmara, lá vem vc com outro texto muito bacana, né? Acho que vc quis fechar minha sexta-feira com chave de ouro.
    Viva a diferença, sim!
    Meu filho está justamente entrando na adolescência e é meo engraçado, meio estranho ver os complexos, os grilos que tive se repetindo – guardando as devidas proporções, claro! É a vida, que dá voltas e voltas; é o tempo, que passa sem piedade – o que é ótimo, acredito.

    Quanto à delicadeza que vc tem, citada por mim, um comentário: somos todos normais, logicamente, mas piuco têm delicadeza, sensibilidade – por isso o mundo está assim.
    E, unindo os dois assuntos, normais, mas diferentes! 🙂
    Bj grande e fique bem.

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  14. Silmara,
    seus textos são ótimos e seus sentimentos muito parecidos com a minha história. Também acho que nas palavras desabrocho tudo que não dei conta no passado.
    Parabéns pela sua mensagem suave e verdadeira.
    Faby

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  15. Boa tarde Silmara.
    Interessante tópico, este que optou por escrever hoje.
    As diferenças…
    Me prendeu novamente no que escreveu.
    Li um texto de conteúdo tão suave e mesmo assim tão dinâmico.
    um grande abraço.

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  16. Oi Silmara,

    Estou conhecendo seu trabalho agora e estou encantada. É tudo tão delicado e bonito. Tão leve mas ao mesmo tempo me tocou tão profundo. Estava lendo esse texto e me lembrando da menina feinha e gordinha que eu era (ainda sou gordinha mas nem me acho mais feinha hihihihi). E foi assim também que comecei a escrever. Só não sei dizer o motivo de eu ter parado. Por isso decidi que hoje eu vou virar a mesa! Voltar a ser quem eu sou de verdade e mostrar a pessoa que está escondida dentro da engenheira concursada estabilizada financeiramente.

    Beijão para você. Parabéns e sorte.
    Quando publicar livros avise!!!! Lindo trabalho!

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  17. Incrível, excelente!!!! Você escreve divinamente bem, é uma delícia ler o que vc escreve. Parabéns!

    PS: Elogio de uma pessoa que sonhava em escrever. Inspiração até eu tinha mas com a vida corrida de hoje até mensagem no celular faltam as palavras.

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  18. Oiii!!!
    Já enfrentei tantas vezes com a diferença, na minha vida!
    Muitas vezes ela machuca ou traz consigo os questionamentos…
    Uma hora ou outra “cai a ficha” , que somos como somos , mas temos que ser…
    Um grande bj e até mais…

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  19. A verdade é que as vezes me acho semente até hoje. Nunca fui da turma dos invisiveis, nem a popular, sempre fui do bloco do Eu sozinha, e sempre gostei, tenho que admitir, sempre fui diferente, e esse diferente é que me impulsinou a ser tudo que sou hoje, e esse TUDO que sou não vem com arrogancia e nem metideza, vem com a simplicidade da minha verdade.

    BEIJOS

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  20. ops

    no lugar de queijo. leia-se queixo… hehehe, não só como letrinhas como as troco também… nunca foi meu forte a nossa língua portuguêsa, ainda bem que ela não morre a cada facada (ou clicada) que recebe… deve haver mais uma porção de errinhos por aí, mas vou começar a passar os textos por meu revisor oficial, o maridão.

    beijinho
    a todos
    e desculpe… 😦

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  21. Era assim.
    Como não poderia ser diferente. A irmã mais velha dizia que ela era a cara do pai. Os mesmos olhos o nariz, o queijo. Quando pequena, era uma bonequinha, de cabelos compridos, lisos até acabarem em cachinhos nas pontas. Olhos espertos, redondos, pretos como jabuticabas maduras. Tagarela, até o vigário tinha medo do que poderia sair daquela cabecinha. Cresceu ouvindo os discos de fado da Ângela Maria, o Rock de Elvis e As Frenéticas. Aprendeu a dançar e a desenhar, se vestia de mulher maravilha para brincar na praça da cidade. Teve uma infância feliz, até que aprendeu que teria que aprender a conviver com as diferenças. Uma cicatriz no queijo, e o nariz quebrado, foram o seu cartão de visitas a vida toda. Invisível, nem tanto. Todos a viam. A menina magricela, de longos cabelos presos em duas tranças ao lado do rosto, nariz aquilino e torto com uma cicatriz no queijo que deixava torto o sorriso tímido. Descrita assim, dessa for simples e grosseira, era a criaturinha mais feinha da face da terra, e era assim mesmo que se sentia. Com os óculos e aparelho nos dentes, então ganhou ares ainda mais patéticos. Para superar a aparência, os desenhos melhoravam… Mesmo sem entender o porquê, todo mundo gosta de elogios e procura por eles onde poderem alcançá-los. Migalhas, catadas com satisfação, que enchem a gente de alegria.
    Na adolescência, estava longe de ser a bonitinha da sala. Muito menos estava entre as mais populares, mas os desenhos faziam sucesso, cada macaco no seu galho.
    Na faculdade, estava no seu ambiente, gente de talento, gente diferente e já não contava tanto com o dom para ser aceita, então se sentia apta a se aceitar com mais segurança.
    Fora o amor não correspondido por um amigo, estava bem resolvida. Passou a ser invisível, então. Parecia que tudo entrava nos eixos. E a menininha feia, magricela e nariguda de boca torta, atravessou a infância e adolescência guardando num cantinho escondido todos os traumas, os risinhos, os olhares e as inevitáveis comparações grotescas das amiguinhas, que com requintes de crueldade, numa brincadeira quase sem maldade, destilavam um veneninho qualquer. Guardou tanto, que um belo dia transbordou, pela pele. Começaram a aparecer primeiro nos cotovelos e joelhos. Depois se alastrava aos poucos a “Chatinha”, como uns a chamam. A psoríase, é um tormento, porque embora não mate, e de certa forma não doa, (desde que não bata a parte atingida que é sensível) ela mata a auto estima, conviver com ela é um exercício de paciência e abnegação. É ter que a cada dia dizes pra ela: Você não vai me chatear hoje, viu! Nem dou bola pra você, pode ficar aí com sua cara ranzinza, e feia, nem te ligo, não te quero, não te conheço! E lá fica ela, na espreita. Adeus biquíni e praia, adeus piscina e sol, que apesar de fazer um bem enorme, ela só pega sol sozinha.
    Aprender e conviver com as diferenças, foi o tema de cada dia. A lição que não acaba. Aprender não ocupa espaço, já dizia a avó de alguém…
    Hoje, é diferente. Aprendida a lição, baixadas as defesas, ela se sente amada e protegida. E ama. Que mais importa? Aprendeu.
    E os espaços mais bonitos da nossa lembrança são ocupados pelo nosso aprendizado.
    Que ficam leves com a aceitação fica fácil com o tempo e ficam os belos exemplos pra quem quer ouvir e aprender também.
    A vida é uma escola. Alguém já disse isso…

    Um beijinho feliz
    Josi

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  22. É tão entranho se encontrar em um texto. Mas ao mesmo tempo é muito gostoso se encontrar. Adorei os dois primeiros textos que li. Estou apaixonada por seu blog.
    beijo
    Romina

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  23. Tempos de escola… Ai, ai… Eu já fiz um burro numa peça, na 2ª série. rs.
    Esse é um período complicado, quando já começamos a ser encaixotados nos padrões. Por isso buscamos tanto a igualdade. Quando criança eu era bem igual, popular, exemplar. A adolescência me levou pro outro lado, onde eu me sinto bem mais à vontade. Viva a singularidade!

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  24. Bom dia Silmara,

    esta semana resolvi montar um blog pessoal, pesquisando sites sobre o assunto encontrei o seu blog fio da meada.

    Não sou escritor e tambem nao sei bem o que vou postar no meu blog, porque estou te escrevendo então?

    Primeiro pra dizer que gostei muito do seu blog, suave na apresentação e de fácil leitura, gostosa até.

    Quero tambem te pedir alguma dica sobre como instigar a criatividade para a escrita.

    Como ainda nao tenho esta percepção para escrever, montei meu blog Acredite, voce é capaz, e acabei postando um fato que me aconteceu hoje.

    Gostaria que você visse e se possivel fizesse alguma crítica, ele ainda nao esta acabado porque estou conhecendo as configurações do blog, mas chego lá.

    Ao lado segui o link: http://acreditevccapaz.blogspot.com/

    Obrigado.

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  25. Silmara, você sou eu?

    “Nunca me achei bonita. Nunca fui popular. Nem aluna brilhante. Fazia parte da turma dos invisíveis. Talvez por isso tenha me acostumado a enxergar a vida do canto. Comecei a escrever. Para traduzir a minha perspectiva.”

    Caramba! Sempre deixei as lembranças da triste-infância guardadas num canto bem escondido do labirinto do meu cérebro. Gavetas doloridas jamais abertas… e você, docemente, expôs feridas que são tão suas, tão minhas. Engraçado, que este texto coincidiu com uma vontade que me acompanha algum tempo (meses, talvez 1 anos já) de tocar nestas feridas para cicatrizá-las de vez ou não, para entendê-las apenas. Mas eu sempre ensaio, ensaio, os temas vêm e os textos não saem. Tem um prontinho, há meses, na grande biblioteca da memória. Talvez seja hora de tirá-lo de lá… talvez…

    Obrigada por compartilhar!

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  26. Silmara,

    Vc escreve muito bem! Conheci seu blog através do “Hoje vou assim”, da Cris, e simplesmente AMEI!

    Já o coloquei na listinha dos blogs que leio ná página do meu blog. Venho aqui a cada novo texto.

    Me identifico com seus textos e, um dia, quero conseguir escrever assim!

    Parabéns!

    Abçs,
    Renata

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  27. Pois é Sil….

    eu também tive meus problemas na escola. Mas por questões de saúde, bem mais sérias. E estas questões me levaram para os livros, meu refúgio. O mundo dos meus amigos que me compreendiam.
    E também digo que sou quem eu sou hoje, por causa do que fui outrora.
    Mas vejo que é bonito.
    Pq vc se tornou uma pessoa linda com uma sensibilidade fina. E tudo isto estava na tal sementinha.
    Enfim, temos que agradecer pelo que fomos. Hoje eu já consigo fazer isto. E amo a menina complicada e problemática que fui.
    Beijos
    Ana

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  28. Você já parou, olhou pra trás e apesar de ser grata por tudo aquilo, afinal essa diferenca te transformou no que é hoje e sorriu?

    A adolescencia teria sido bem mais fácil se eu tivesse a cabeca que tenho hoje! 🙂 Pena que meu filho nao acredita em mim e nao me escuta….

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